Título: Duas rainhas, um príncipe e um eunuco: gênero, sexualidade e as ideologias do masculino e do feminino nos estudos sobre a Bretanha Romana
Autoria: Renato Pinto
Orientação: Pedro Paulo Abreu Funari
Doutorado em História
Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP
Data da Defesa: 01/03/2011
Campinas – SP
Resumo: Desde a Renascença Inglesa no séc. XVI, a história da Bretanha Romana (ou Britânia) e as imagens de alguns de seus mais proeminentes protagonistas, tais como a rainha Boudica ou o príncipe Carataco, servem como fontes recorrentes e fluídas para a construção de identidades nacionais britânicas. Estes líderes romano-bretões, de acordo com o clima político-social no qual suas imagens ressurgem, podem ser considerados tanto como selvagens empedernidos que recusaram os modos civilizados quanto como heróis e heroínas da resistência contra o invasor romano. Do séc. XVI até meados do séc. XX, discursos de respeitabilidade, estabilidade e de tradições herdadas foram geralmente criados para ajudar a transpor os desafios e a ansiedade trazidos pelo fluxo e refluxo do que seria conhecido como, primeiro, o Império Inglês e, mais tarde, Britânico. No início da Idade Moderna, antiquários, cartógrafos, dramaturgos, pintores, e, depois, acadêmicos vitorianos e eduardianos reconstruíram de forma continuada as imagens dos bretões e de suas figuras icônicas ao reinterpretarem a cultura material existente e os textos clássicos relacionados com a Bretanha Romana. Neste processo, interpretações acríticas das relações de gênero e dos protocolos sexuais do passado foram misturadas às ideologias do masculino e do feminino do presente por artistas, acadêmicos e políticos, mutatis mutandis. Os discursos resultantes foram muitas vezes usados para fazer comparações entre o Império Romano e o Britânico – quase sempre ressaltando suas benesses – e para inventar definições normativas para os papeis de gênero e para as sexualidades humanas do presente. Historiadores e arqueólogos que estudam a Bretanha Romana têm contribuído ora para insinuar um imperialismo positivo e paralelismos entre o passado e o presente, ora para desconstruir tais discursos, sendo os últimos da geração pós-colonialista, grosso modo. Ao fazer uso da historiografia, literatura, das artes visuais e análises da cultura material, almejo pesquisar a dinâmica que existe entre as aspirações imperial-nacionalistas discursivas e as construções das ideologias do masculino e do feminino – identidades sexuais e de gênero inclusas – no contexto dos estudos sobre a Bretanha Romana, desde o séc. XVI
Palavras-Chave: Grã Bretanha; Gênero; Sexualidade; Imperialismo
Fonte: Repositório Unicamp
Acesse o trabalho completo clicando aqui