Título: “Meio”, raça e homoerotismo em Bom-Crioulo de Adolfo Caminha (1895)
Autoria: Maria Angela Gomes Gonçalves
Orientação: Ana Carolina Huguenin Pereira
Mestrado História Social
Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ
Data Defesa: 09/09/2021
Rio de Janeiro – RJ
Resumo: O romance naturalista Bom-Crioulo, publicado em 1895 por Adolfo Caminha (1867-1897), explora as temáticas do cientificismo em voga no final do século XIX e como as influências determinantes do “meio” incidiriam sobre o comportamento humano. A obra explora ainda temáticas que fugiam daquilo que era socialmente aceito no período, como aquelas relacionadas a gênero, ao desejo sexual e à homossexualidade. O objetivo deste trabalho é identificar as teorias científicas presentes em Bom-Crioulo, analisar a trajetória literária de Adolfo Caminha, o contexto histórico em que o romance foi escrito e publicado e a sua recepção. A obra aborda a paixão de Amaro, um homem negro e ex-escravo, por Aleixo, um jovem branco. A narrativa homoerótica termina com o assassinato de Aleixo pelas mãos de Amaro. Este trabalho procura observar como a obra traz abordagens revolucionárias dentro de uma sociedade conservadora, ao explorar, de forma direta e explícita, temáticas então consideradas grandes tabus. Ao mesmo tempo, o romance promove a criminalização de um ex-escravo homossexual, ao partir de pressupostos cientificistas segundo os quais haveria, como fatores que impulsionam as ações dos personagens, teorias ligadas ao racialismo, à criminologia científica oitocentista e à ideia de que a homoafetividade seria um desvio ou uma doença.
Palavras-Chave: Adolfo Caminha, História e Literatura, Homoafetividade, Naturalismo
Fonte: Catálogo de Dissertações e Teses Capes
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