Título: Carne, tinta e papel: a emergência do sujeito travesti público-midiatizado em Fortaleza (CE)- no tempo dos hormônios/farmacopornográfico
Autoria: Elias Ferreira Veras
Orientação: Roselane Neckel
Doutorado em História
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC
Data da Defesa: 07/12/2015
Florianópolis – SC
Resumo: Neste trabalho, analiso a emergência do sujeito travesti em Fortaleza (CE), seu surgimento como nova personagem público-midiatizada e estigmatizada, na passagem do tempo das perucas para o tempo dos hormônios, este último, chamado de tempo farmacopornográfico (virada da década de 1970 para 1980). Problematizo esse processo de subjetivação farmacopornográfico a partir de uma análise foucaultiana e de gênero/queer das fontes históricas (jornais, revistas, obras literárias, antropológicas e narrativas orais de travestis). Se, no tempo das perucas, o termo travesti designava uma prática eventual, restrita aos espaços privado e/ou público-temporário, no tempo farmacopornográfico, a palavra também passou a nominar um novo sujeito sexual, que ganhou inteligibilidade heteronormativa, em grande parte, graças aos meios de comunicação, como um “tipo” de homossexual marcado pela ambiguidade. Tal emergência foi acompanhada por discursos e práticas de excitação-fascínio e de controle-estigma. Nessa trama-tempo marcada por embates, as travestis produziram contra-discursos que contribuíram para rearranjar as normas de gênero, sexualidade, corpo e do público-privado em Fortaleza.
Palavras-Chave: Travesti público-midiatizado. Farmacopornografia. Fascínio. Estigma. Contra-discursos
Fonte: Catálogo de Dissertações e Teses Capes
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