Título: Genealogia e literatura menor em Herculine Barbin (1838 –1868)
Autoria: Izabel Rizzi Mação
Orientação: Julio César Bentivoglio
Doutorado em História
Universidade Federal do Espirito Santo – UFES
Data da Defesa: 18/10/2022
Vitória – ES
Resumo: Adèlaïde Herculine Barbin foi uma professora francesa diagnosticada como hermafrodita masculino aos 21 anos de idade. Após ter seu status civil retificado, passou a se chamar Abel Barbin. Em 1868, já vivendo como homem, Herculine cometeu suicídio. Ao lado de seu corpo, foi encontrado o manuscrito Minhas Memórias, no qual ela narrou as desventuras e alegrias de sua breve existência. Reencontrado por Michel Foucault no final dos anos 1970, o documento foi publicado, em conjunto com outras fontes, sob o título Herculine Barbin: o diário de um hermafrodita. A análise dessa obra demonstra que uma pergunta foi, insistentemente, endereçada a Herculine: qual era o seu verdadeiro sexo? Ela, contudo, desarticulou e devolveu a questão ao dispositivo de sexualidade, interrogando-o da seguinte maneira: realmente precisamos de um verdadeiro sexo? Seguindo essa pequena questão aberta por Herculine, dedicamo-nos a elucidar a obstinação dos saberes médicos, marcadamente aqueles desenvolvidos no final do século 19 na Europa, por desvendar qual seria o verdadeiro sexo dos indivíduos considerados incertos. Também atentamos, igualmente, para as potencialidades expressas por Herculine para escapar aos ditames da distinção sexual unívoca e aos dispositivos de poder que buscaram domar a sua diferença. Para realizar essa investigação, utilizamos diversas ferramentas metodológicas, com destaque para a genealogia – conforme a pensaram Friedrich Wilhelm Nietzsche, Gilles Deleuze e Michel Foucault – e para a literatura menor, segundo a proposta de Deleuze e Félix Guattari.
Palavras-Chave: genealogia, literatura menor, sexualidade, gênero
Fonte: Catálogo de Dissertações e Teses Capes
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