Título: Futebol e resistência: o papel dos coletivos de torcedores na ressignificação dos modos de torcer (2013-2018)
Autoria: Guilherme Pontes Silveira
Orientação: Luiz Antônio Dias
Mestrado em História
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP
Data da Defesa: 23/04/2021
São Paulo – SP
Resumo: Esta pesquisa tem por tema um estudo sobre a atuação de coletivos de torcedores de futebol pertencentes a dois times do Estado de São Paulo. Justifica-se a escolha deste tema, considerando um cenário em que o futebol é, cada vez mais, visto como palco privilegiado para manifestações de discursos socialmente construídos e historicamente mantidos responsáveis pela construção de subjetividades dos sujeitos sociais. Ademais, o futebol vem sendo transformando em um espetáculo midiatizado alinhado a políticas neoliberais que buscam criar um espaço apolitizado nesse esporte. A pesquisa tem por finalidade analisar como movimentos de torcedores fazem uso dos espaços urbanos e digitais para expressarem-se politicamente diante de casos envolvendo racismo, LGBTfobia e o avanço de um discurso neoliberal no futebol brasileiro. Diante do período de 2013 a 2018, foram analisadas as ações de movimentos de torcedores provenientes do Estado de São Paulo. Totalizando três objetos de análise, sendo dois da capital paulista: Palmeiras Livre e Ocupa Palestra. E um da Baixada Santista: Punk Santista. Todos esses objetos possuem fanpage – página – na rede social digital Facebook. Fazendo uso do Facebook, esses movimentos constroem uma “autocomunicação” e buscam produzir discursos contrários aos estabelecidos socialmente. A partir disso, a parte metodológica contou, para a realização da análise dos discursos on-line produzidos pelos coletivos em suas fanpage no Facebook, com as contribuições de Michel Foucault acerca da noção de discurso. Em auxílio à Foucault, utilizou-se um modelo de análise da linguagem virtual proposto por Freitas e Leão (2012). Ademais, utilizaram-se as contribuições de E. P. Thompson, onde buscou-se compreender, a partir da experiência, como se deram as formas de resistência e ação no dia a dia desses movimentos, como também, sob luz da mesma perspectiva, e a partir de entrevistas com membros dos movimentos, como se deu a consciência social e união desses sujeitos. Além de procurar compreender as experiências dos integrantes, as entrevistas permitiram conhecer a estrutura organizacional e como se deram as estratégias de ação desses movimentos. As entrevistas mostraram-se de enorme importância, pois permitiram coletar informações que os documentos escritos não disponibilizaram.
Palavras-Chave: coletivos, torcedores, racismo, LGBTfobia, Facebook
Fonte: Catálogo de Dissertações e Teses Capes
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