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De monstros a anormais: a construção da endocrinologia criminal no Brasil, 1930 a 1950

Título: De monstros a anormais: a construção da endocrinologia criminal no Brasil, 1930 a 1950

Autoria: Alcidesio de Oliveira Júnior

Orientação: Renata Palandri Sigolo Sell

Doutorado em História

Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC

Data da Defesa: 01/08/2012

Florianópolis – RS

Resumo: Tematicamente a Tese aborda a relação entre comportamento humano e corporeidade. Fazendo o resgate histórico de teorias criminológicas, que relacionavam distúrbios orgânicos com distúrbios comportamentais e os comportamentos sociais, assim possibilitando, posteriormente, a construção do endocrinopata criminal. Cronolo- gicamente enfatiza o período entre a década de 1930 e a de 1950. Geograficamente, examina os casos brasileiros, na maior parte, relatados no Rio de Janeiro e São Paulo, mas para tratar dos aspectos teóricos que envolveram esta discussão no período, remete à ideia de teia, que tem suas tramas percorrendo toda América e Europa. Defende que, dentro da criminologia, houve uma endocrinologia criminal, e que esta corrente dialogava com outras e gozava de grande prestígio, sobretudo entre médicos legistas, psiquiatras forenses e membros do aparelho de Estado. Por meio deles, ela transitava e acoplava-se a outras, daí surgindo uma farta produção teórica, além de consequências materiais e práticas no cotidiano de instituições e da sociedade como um todo. A associação entre comportamento social e glândulas endócrinas não teria se limitado aos contornos criminológicos e o teria extrapolado, influenciando outras áreas, como a sociologia, literatura e indústria farmacêutica. Pretende indicar qual o processo histórico que permitiu a ascensão deste saber especializado, e como este saber pôde ser sentido como estratégia investida nos indivíduos. As fontes primárias consultadas para sua confecção são artigos e casos publicados em periódicos. Os três principais periódicos são: os Archivos do Manicômio Judiciário do Rio de Janeiro, a Revista da Sociedade Brasileira de Criminologia e os Archivos da Sociedade de Medicina Legal e Criminologia de São Paulo. Também são utilizados livros-textos e manuais de endocrinologia e criminologia, escritos por autores importantes nas áreas médica e forense deste período. Está dividida em três partes. A primeira aborda a concepção sobre o indivíduo considerado criminoso do século XVI ao XVIII. A segunda trata do esquadrinhamento deste indivíduo pela criminologia no século XIX. Estas duas partes introdutórias, buscam elencar alguns elementos que ajudam a responder a seguinte questão: qual o contexto de possibilidades que permitiu o aparecimento da criminologia, e dentro desta a endocrinologia criminal? Três direções são apontadas para a construção desta resposta: a área jurídica, a área da medicina mental e a área antropológica. Por fim, a terceira parte desta Tese, trata da relação entre endocrinologia e criminologia no século XX e da relação entre comportamento social e glândulas fora da criminologia.

Palavras-Chave: Criminologia; Endocrinologia criminal; Controle social

Fonte: Repositório UFSC

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