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Fazendo travestis – Identidades transviadas no Jornal Lampião da Esquina (1978-1981)

Título: Fazendo travestis – Identidades transviadas no Jornal Lampião da Esquina (1978-1981)

Autoria: Ronaldo Pires Canabarro

Orientação: Marlise Regina Meyrer

Mestrado em História Regional

Universidade de Passo Fundo – UPF

Data da Defesa: 18/05/2015

Passo Fundo – RS

Resumo: Na presente pesquisa, busco identificar nas páginas do jornal Lampião da Esquina (1978-1981) os meandros e os (des)caminhos das construções das identidades travestis. Uso-as no plural, por entender que essas não constituem uma única forma de ser, mas muitas possibilidades de vivências. A análise dos textos-vestígios da imprensa alternativa são vistas dentro de um processo de construção política do gênero, passando pelos discursos e definições sociais do que é ser homem e do que é ser mulher e das outras possibilidades não heteronormativas. Reflito sobre essa proposta do gênero, mas também o corpo que apresenta (constrói) esse gênero, enquanto dispositivo histórico e de poder – além disso, a análise observa o uso da performance e da tecnologia. O jornal Lampião da Esquina surgiu com o intuito de afirmação (e construção) da identidade homossexual e uma proposta de fazer “sair do gueto”. No entanto, meu olhar de pesquisa fixou-se somente sobre as construções discursivas da imagem de travestis, muito embora, nesse periódico, travestis encontravam-se no grande grupo identitário de “homossexuais”. O estudo compreende os anos de 1978 a 1981 e traz aspectos que colaboram para ampliar o entendimento de como as identidades de lésbicas, gueis/gays, bissexuais, travestis e transexuais foram se afirmando e se constituindo enquanto força política no Brasil. Meu estudo propõe uma reflexão acerca do gênero sócio-gramatical a que se referem os autores do jornal sobre travestis, percebendo como o uso comum dos condicionantes gramaticais antecedentes masculinos ou femininos contribuíram para afirmação/criação das identidades travestis. Incluo ainda uma análise de como essa identidade transviada circula entre o fazer e o ser travesti, e o seu possível translugar de existência. Assim, é possível perceber alguns dos elementos com os quais, em contato com os mais variados discursos de poder, essas pessoas transviadas negociam sua (in)existência e se (des)afirmam enquanto sujeitos de fato e de direito.

Palavras-Chave: Travestis; transviadas; identidades de gênero; sexualidade; imprensa homossexual

Fonte: Catálogo de Dissertações e Teses Capes

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