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“O pecado indigno de ser nomeado”: delito inquisitorial de sodomia nas Minas Gerais (1700- 1821)

Título: “O pecado indigno de ser nomeado”: delito inquisitorial de sodomia nas Minas Gerais (1700- 1821)

Autoria: Fernando Jose Lopes

Orientação: Maria Leonia Chaves de Resende

Mestrado em História

Universidade Federal De São João Del-Rei – UFSJ

Data da Defesa: 10/10/2019

São João Del Rei – MG

Resumo: Este estudo teve como principal objetivo analisar a ação do Santo Ofício da Inquisição no delito de sodomia em Minas Gerais, entre 1700 e 1821. A sodomia, apesar de considerada um pecado indigno de ser nomeado, fora discutida exaustivamente ao longo da Idade Média pelos sábios europeus da cristandade. Para a Santa Inquisição portuguesa, a partir do século XVI, importava perscrutar os caminhos do sêmen, líquido seminal da vida, até o vaso prepóstero de seus praticantes torpes, nefandos, fanchonos. Entretanto, a definição foi problemática e deu margem para que os inculpados por sodomia forjassem estratégias que amenizassem suas culpas. A perseguição ao delito também se estendeu até o Brasil com o projeto português de colonização e moralização da sua colônia. Nas Minas Gerais, com a descoberta do ouro, o processo de intensa ocupação territorial abrigara uma diversidade vasta de gentes: reinóis, escravos negros, índios, colonos pobres. Assim, a capitania mineira despontara no número de denúncias de sodomia praticada pelos transgressores daquela sociedade que então se formava. Esse número mostra-se discrepante em relação às outras capitanias do Brasil. Para alcançar essa estatística, foi realizada uma minuciosa pesquisa na documentação inquisitorial, da qual resultou uma sistematização de todas as denúncias abarcadas no recorte espaço-temporal. Os relatos das vivências sexuais – principalmente entre pessoas do sexo masculino – são aqui trazidos à tona, atentando-se aos papéis sexuais relacionados ou não à hierarquização social do mundo escravista das Minas, um objetivo secundário do trabalho. O aporte metodológico utilizado apoia-se na abordagem micro-histórica que procura captar as diferentes vozes e tramas dos sujeitos históricos num universo micro – debruçando-se preferencialmente sobre as vivências dos “protagonistas anônimos da história” – sem perder de vista sua relação com o contexto macro-histórico.

Palavras-Chave: Minas Gerais (1700-1821); Inquisição Portuguesa; Sodomia; Papéis sexuais; Micro- história

Fonte: Catálogo de Dissertações e Teses Capes

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