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Somos todos minorias: mulheres, negros e indígenas nas páginas de Lampião da Esquina (1978-1981)

Título: Somos todos minorias: mulheres, negros e indígenas nas páginas de Lampião da Esquina (1978-1981)

Autoria: João Lenon Siqueira Pereira

Orientação: Caroline Jaques Cubas

Mestrado em História

Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC

Data da Defesa: 20/08/2020

Florianópolis – SC

Resumo: Esta dissertação tem como objetivo central analisar quais foram as representações construídas sobre as mulheres, os negros e os indígenas no jornal Lampião da Esquina (1978-1981). Durante o processo de redemocratização no Brasil, nas décadas de 1970 e 1980, inúmeros sujeitos surgiram na cena pública com reivindicações políticas oriundas, muitas vezes, a partir do reconhecimento de suas identidades e das discriminações as quais essas identidades estavam submetidas. Nesse sentido, um grupo de intelectuais homossexuais editou o impresso alternativo Lampião da Esquina, jornal que informava o público leitor sobre a realidade dos homossexuais no Brasil e no mundo, bem como os preconceitos arraigados não apenas entre o Estado ditatorial e suas políticas de perseguição, mas igualmente difundido entre as mentalidades de grande parte da população. Durante três anos, o jornal publicou 37 edições impressas e circulou por todas as regiões do país denunciando as desigualdades e afirmando que todas as manifestações da sexualidade humana deveriam ser vivenciadas e respeitadas. Apresentando-se como porta-voz das minorias, o jornal buscou estabelecer diálogos com diferentes grupos “injustamente discriminados” para que outros sujeitos, além dos homossexuais, também pudessem imprimir em suas páginas temáticas específicas. A partir dos textos que abordaram questões relacionadas às mulheres, aos negros e aos indígenas é possível identificar qual foi o espaço ocupado por estes grupos, assim como foram construídas as representações sobre eles. Para a investigação, utilizo os pressupostos teóricos e metodológicos que orientam o conceito de representação a partir dos estudos de Pierre Bourdieu (1989, 2004, 2008) e Roger Chartier (1990, 2011). Organizada em três capítulos, esta dissertação busca evidenciar, entre outras coisas, as reminiscências deste passado em nosso tempo presente e a importância política que adquire a luta dos grupos marginalizados em contextos de autoritarismos. O primeiro capítulo apresenta o jornal, o contexto histórico e político no qual está inserido, qual a compreensão construída através dos textos sobre o significado de minorias e a análise interseccional como uma leitura possível às publicações. Durante o segundo capítulo, as mulheres e suas relações com o jornal tornam-se objeto de investigação. No terceiro e último capítulo, a análise compreende as relações étnico-raciais no interior do jornal a partir da presença dos negros e dos indígenas. Neste capítulo, também, apresento os textos em que há a presença de marcadores sociais da diferença interseccionados como afirmação de desigualdades potencializadas.

Palavras-Chave: Lampião da Esquina, Imprensa alternativa, Minorias, Movimentos sociais, História do Tempo Presente

Fonte: Catálogo de Dissertações e Teses Capes

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