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Do convés ao porto: a experiência dos marinheiros e a revolta de 1910

Título: Do convés ao porto: a experiência dos marinheiros e a revolta de 1910

Autoria:  Álvaro Pereira do Nascimento

Orientação: Silvia Hunold Lara

Doutorado em História

Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP

Data da Defesa: 30/07/2002

Campinas – SP

Resumo: O tema desta tese é a Revolta dos Marinheiros de 1910. Ela não foi a primeira nem a última a exigir melhores condições de trabalho na Marinha de Guerra. Mas alcançou maior notoriedade por exigir a extinção do castigo corporal e ameaçar a capital federal da República de bombardeio caso suas reclamações não fossem atendidas. Longe, porém, de entendê-la como uma reação às punições praticadas a bordo, decidimos vasculhar o passado das relações entre marinheiros e oficiais e resgatar os significados que o próprio castigo físico assumia para esses homens. Enfim, queríamos saber a razão de o castigo permanecer na Marinha de Guerra até o ano de 1910. Processos-crime, ofícios de autoridades militares e policiais, relatórios ministeriais, imprensa, memórias e romances foram as fontes mais utilizadas. Em nossas pesquisas encontramos conflitos que revelavam o choque de valores e costumes entre marinheiros e oficiais nas diversas atividades diárias das embarcações assim como nos momentos em que pisavam em terra firme. Desta forma, também encontramos os primeiros sinais de racismo e homossexualismo nas guarnições, e de como estes fatores poderiam torná-los diferente aos olhos dos demais, gerando violências, desigualdades e prejuizos na carreira. Estas diferenças e conflitos faziam parte da realidade dos vasos de guerra durante boa parte do século XIX. O castigo se somava àquele cotidiano e não havia sido contestado até então. Tanto oficiais comandantes quanto marinheiros viam nele um recurso que impunha respeito e limites a todos os sentimentos. A partir da segunda metade do século XIX, no entanto, a situação começou a se modificar. A chegada das novas ideologias européias e os movimentos abolicionista e republicano trouxeram discursos que criticavam o castigo físico, levando o primeiro ministro do novo regime a extingui-lo dos manuais de punição. Porém, ele retornou e se manteve até 1910, quando finalmente algo de concreto sacudir as bases do poder.

Palavras-Chave: castigos corporais, racismo, homossexualismo, recrutamento, marinha de guerra, Brasil – História — Revolta dos Marinheiros – 1910, Brasil — História – República Velha – 1889-1930, Brasil — História — Império – 1822-1889

Fonte: Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações

Acesse o trabalho completo clicando aqui

Posted in 2002, SP, UNICAMP

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